degradez
Cada vez mais
me olho desajeitado ante ao espelho proferindo na imagem algo de mais
Cada vez mais
me reconforto na cabeceira da vida ante a sala do mundo para sorver do prazer de recontar-se do martírio
Cada vez mais
me engasgo com a moringa que de tão cheia tira-me a sede de qualquer algo
Cada vez mais
me declamo com os pés da vida soterrado sob a areia do tempo e dou a apalpar com os olhos as curvas pitonicas do céu
Cada vez menos
procuro um cada mais , cansado de esperar a vez muitas vezes inexistente
Cada vez menos
dou me a posar banguela com o sorriso no rosto para que o pincel reproduza na tela a mascara da comédia divina
Cada vez menos
dou-me a vestir a paixão sobre o palco do sentimento proferindo tal persona em sua perda
Cada vez menos
Dou a morder a ambrosia na carne da fruta verde
Cada vez ,cada vez
coisa levantada do sobreviver ,do dia-a-dia ,do ser