degradez

Cada vez mais

me olho desajeitado ante ao espelho proferindo na imagem algo de mais

Cada vez mais

me reconforto na cabeceira da vida ante a sala do mundo para sorver do prazer de recontar-se do martírio

Cada vez mais

me engasgo com a moringa que de tão cheia tira-me a sede de qualquer algo

Cada vez mais

me declamo com os pés da vida soterrado sob a areia do tempo e dou a apalpar com os olhos as curvas pitonicas do céu

Cada vez menos

procuro um cada mais , cansado de esperar a vez muitas vezes inexistente

Cada vez menos

dou me a posar banguela com o sorriso no rosto para que o pincel reproduza na tela a mascara da comédia divina

Cada vez menos

dou-me a vestir a paixão sobre o palco do sentimento proferindo tal persona em sua perda

Cada vez menos

Dou a morder a ambrosia na carne da fruta verde

Cada vez ,cada vez

coisa levantada do sobreviver ,do dia-a-dia ,do ser

TVeiga
Enviado por TVeiga em 13/01/2016
Código do texto: T5510054
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