Réquiem para um desencontro

A dor da saudade invade, insólita, o meu ser,

na madrugada arredia que anuncia outro alvorecer prenhe de agonia.

O vazio de afeto goteja suas descarnadas migalhas nos subterrâneos do meu coração.

Ao passo dado, o retorno impossibilitado.

Amargura divina, enternece minha tosca ilusão.

Você provavelmente dorme, sonha cores açucaradas, às vezes amedrontadas;

Eu, certamente, reflito sobre quanta energia desperdiçada a me consumir.

Quantas esperanças e projetos soçobrando num oceano de frustração;

náufrago solitário ao sabor das ondas do esquecimento.

Abandonado ao relento, no exílio do arrependimento,

me submeto atormentado ao desencantamento da decisão,

me agarro ao pesado salva-vidas que me leva às profundezas da solidão.

Pele, pétala, espinho;

amor, afago, imensidão.

Afeto, beijo, carinho;

companhia, conversa, sofreguidão.

Lembrança, sorriso, caminho;

Distância, saudade, sozinho.

G_Bienenstein
Enviado por G_Bienenstein em 10/01/2016
Código do texto: T5506798
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