Crua

Crua.

E não somente despida.

Estrondos e um porvir: orgia de sentir a vida.

E sinto as pulsações, a fugacidade exata, a medida incerta do que se quer, e gritos calados e abraços e beijos e sensações que não foram.

O duro dos compromissos sabidos de desprazer, a vida que corre sem passar.

(...)

Que venham as passagens e as paisagens e as pedras. Preparo.

(...)

O peso das esbofeteadas, pensamentos vindos em revés do que se pensou acertar, e foi erro, erro. Erro: uso impróprio ou indevido.

Erro em palavras leves, em sussurros ao dormir, no que se deu com propósitos. Não foi amor. Nem dor.

Movimento, quero movimento puro, ao lado um picadeiro da vida dos que flamejam em ser.

E sou: quero o "é". Duas maçãs e uma cadeira.

(...)

E tarde vai a menina-mulher das duas maçãs e uma cadeira...

Recife, 14/06/07.

Gabrielle Lucena
Enviado por Gabrielle Lucena em 10/01/2016
Reeditado em 27/03/2016
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