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Mísero é o autor do poema que não obtiver olhos capazes de ver, neurônios ágeis no pensar e o consequente pensamento-palavra do poeta-leitor. Deveras, esta é relação de dois polos: o emissor e o receptor, como qualquer fala mísera e admiravelmente humana. Afortunados – ambos – pela magia da farsa e da fantasia. E que seja sempre bem-vindo o espiritual ansioso de poesia e da novidade de se saber renovado frente ao fato ou sensação que deu origem aos versos. Ou ao mundo dos fatos revirados na cabeça de quem se entrega ao mistério da Palavra. E por esta transmutam verdades recriadas somente pelo simples fato de querer ser personagem de um mundo mais denso de humanidades. Em vez da bala na têmpora, o beijo na boca, na hora do assalto...
– Do livro O PAVIO DA PALAVRA, 2015/16.
http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/5502253