RESPOSTAS PRA QUÊ?

Por vezes me pergunto, com o pensamento distante, o que caberia entre uma margem e outra de uma lauda; o que caberia entre o céu e a terra; o que caberia entre dois corações distantes.

Na verdade acho que convivo mais com as perguntas que com as respostas e não é ilusório dizer que em algumas horas a falta de resposta até me conforta, assim, não me resumo à obrigação da limitação imposta pelo que foi respondido e me alargo na possibilidade de um infinito de hipóteses.

Como responder o que é pra ser sentido?

Como dizer o que é pra ser visto?

Como explicar o que apaixona?

De verdade! Não dá!

E suspirando com um sorriso lerdo eu digo: cabe a poesia que estou lendo; cabe a chuva que vem vindo; cabe a saudade que eu estou sentindo.

Ainda que eu não tivesse respondido, eu abriria o livro, sentiria a chuva e viveria com paixão.

Rogério Nolêto
Enviado por Rogério Nolêto em 06/01/2016
Reeditado em 06/01/2016
Código do texto: T5501763
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