RESPOSTAS PRA QUÊ?
Por vezes me pergunto, com o pensamento distante, o que caberia entre uma margem e outra de uma lauda; o que caberia entre o céu e a terra; o que caberia entre dois corações distantes.
Na verdade acho que convivo mais com as perguntas que com as respostas e não é ilusório dizer que em algumas horas a falta de resposta até me conforta, assim, não me resumo à obrigação da limitação imposta pelo que foi respondido e me alargo na possibilidade de um infinito de hipóteses.
Como responder o que é pra ser sentido?
Como dizer o que é pra ser visto?
Como explicar o que apaixona?
De verdade! Não dá!
E suspirando com um sorriso lerdo eu digo: cabe a poesia que estou lendo; cabe a chuva que vem vindo; cabe a saudade que eu estou sentindo.
Ainda que eu não tivesse respondido, eu abriria o livro, sentiria a chuva e viveria com paixão.