DA DOR A FLOR

Os dias se passam como pétalas que caem no jardim

A vida se esvai como os fachos de luz de um dia no fim

E em cada ano a iniciar e em cada ano a findar

Eu continuo a intensamente viver no limiar

De cada preocupação eu tento esquecer

E de tudo vou rindo sem nem entender

A razão de cada coisa que passei e vivi

A razão de cada alegria e tristeza que senti

Eu apenas consigo imaginar o que poderia ter sido

Posso somente projetar um futuro que queria ter vivido

Mas meu imutável presente persiste em me seguir

Em meu caminho não há nada que possa me impedir

Eu vou desfrutando de cada alegria e cada momento

Eu coleciono cada dia contigo e cada singular evento

Armazenados na minha confusa mente questionadora

Imagens fugazes ainda aquecem de forma acolhedora

Estou sempre a sorrir para todos igualmente

Mas meu verdadeiro sorriso é bem diferente

Eu sou minha dor eu sou minha agonia

Sou um alimento que me traz anemia

Alegria eu sinto com um misto de tristeza

Pois estar sempre só é minha única certeza

Quem causa a perda e esquecimento do que é meu?

Não é nenhum outro se não o vilão que sou eu

Quero uma estrela que sobre mim possa brilhar

Quero um anjo da guarda que possa me acompanhar

Minha esperança me leva a no amanhã acreditar

E ergo meus olhos aos céus para poder continuar

Eu faço de cada agonia e cada dor

Uma semente que brota como flor

Tiago André Breta Izidoro

Zero
Enviado por Zero em 06/01/2016
Reeditado em 06/01/2016
Código do texto: T5501660
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