Navalha na carne
Estou tão sensível, ainda bem que não sou uma pedra de gelo.
Tony Bahi@.
Navalha na carne
Encharcado pela Poesia que em mim habita, penso que vou eclodir e explodir ao mesmo tempo. O Novo Ano, inicia, murmura o sussurro do vento que nada diz e diz tudo ao mesmo tempo. O vento chora ou lamenta, quando balança as folhas dos coqueiros? E por instantes, em calmaria, obedecendo à Natureza, derruba ondas, beijando a areia, e faz dos oceanos os mais profundos dos mistérios, que o Homem nunca há de desvendar...
A NATUREZA EM DESIQUILÍBRIO!
Faz tremer a Terra, desabamentos, milhares de pessoas tentando atravessar fronteiras, fugindo das guerras, tentando escapar da morte e encontrar a porta aberta da sorte. Morte nas estradas, filho matando pai e pai matando filho. E tantas mortes, sem sentido. Por ciúme, falta de afeto e covardia.. "O soterramento dos vivos"!... Homens que espancam mulheres, mulheres dando à Luz, nas calçadas da vida. Rios de lama, nas Minas Gerais, e o que está sendo feito por essas pessoas, meu Deus!...
DEUS!
Não duvido de Ti, meu Senhor, a Ti obedeço e Oro. Somos nós seus infiéis filhos, que estamos cavando a própria sepultura e de quando em quando, nos enterrando vivos. Somos a causa e efeito, a Lei da ação e reação. Transbordando tristeza, infelicidade e solidão.
ENTERRO!
Quero enterrar meu filho, grita uma mãe, outra, meu marido, e ainda mais outra, meus netos.
PALAVRAS BELAS!
Também sei falar de coisas belas, feito as cores do por-do-sol, dos amanheceres, dos sonhos, "eu te amo", gosto tanto de você, e de tudo que me fez e faz feliz, nessa Terra onde cantam os sabiás.
ENCONTROS E DESENCONTROS!
Sinto tudo: E mais ainda. A falta de tudo que me foi negado. Os amores nunca esquecidos, o abandono dos amigos e o encontro com outros... Eterna rotatividade.
MENDIGOS!
São tantos, espalhados pelas ruas das grandes e pequenas cidades. O que será que os fez ter esse paradeiro sem rumo? Os andarilhos, os viciados em sexo e drogas, os sem esperança, os que ainda morrem de sede e fome, nossas crianças... Que ainda trazem um sorriso nos olhos. Principalmente no Nordeste.
FLOR!
Cadê a Flor, que ontem estava linda, nesse vaso? Morreu!!! Mas não foi por falta d'água, tudo que é belo desfalece, tudo é efêmero, e tem pouco tempo de Vida.
NÃO!
Não sou voyeur, não gosto de saber da vida dos outros, muito menos de coisas que não me interessam... Não fico escutando conversa atrás da porta. Prefiro o esquecimento, quando caibo em mim e em meus duelados pensamentos.
VÁRIOS!
Sou múltiplos Eus, quando escrevo: Essa briga constante entre eles, me desatina, feito navalha na carne.
POESIA!
O cerne da Poesia me alimenta e eles (Os Eus)!, querem alimento. Desejam e imploram para saírem das gavetas da alma e gritam por socorro como se estivessem naufragando. São salvos, alimentados por Versos!... Sinto cansaço e fome, pego um verso feito Ostia e me alimento, por instantes... E por instantes sacio a sede de escrever...
NÁUFRAGOS!
Jogo a corda, preciso salvar apenas Um, e salvo todos, que continuam a me incomodar incomodando os pensamentos, os sentimentos, e mesmo assim, sinto a ausência de tudo que não vivi um dia.
Quantas veze fui idiota ao sentir tudo transbordando e por ignorância, medo, ingenuidade, disse não!
Só me arrependo do que não fiz!!! E são tantos os arrependimentos que fico roxo de raiva e dó do idiota que fui um dia.
O TEMPO!
O tempo não dorme,
Nem mesmo quando a gente dorme, o tirano faz maratona. Corre várias vezes a corrida de São Silvestre. É sempre o primeiro a chegar, e ninguém sabe como e porque!... O Tempo: Campeão em tudo.
Quem inventou o tempo, deveria tê-lo matado ao mesmo tempo!... Mas quem sou eu, mesmo múltiplo, para contestar as Criações do Divino?...
PEDIDO DE AJUDA!
O Recantista, Marcelo Braga, perdeu os movimentos nas pernas...
Precisa de carinho e ajuda.
Quem quiser colaborar, eis a conta:
Banco do Brasil
Isabel C. Sarmento
Ag. 2899-1
Conta poupança: 45.552-0
Alimentando-me de Poesia, minh'alma e corpo começa a vislumbrar novas paisagens e paragens que inda há pouco estava eu, perdido no trevo.
Convalescente de esperança, subo na Carruagem e os cavalos num galope sem fim, param, sem que eu quisesse em um lugar infinito:
Escondido do mundo,
Contemplo estrelas
Abraço Luares
Agarro fios de vento
Sem lamento
Muito menos hipocrisia
Me falta o ar...
Respiro fundo, volto ao meu Eu mais profundo, estou pronto para ressuscitar.
Tony Bahi@.