título pra que, se vão esquecer também?

alguém deve perguntar por aí: que rumo tomou na vida? fugiu, sumiu, ninguém nunca mais viu. nem sua despedida é lembrada, pois não teve. foi covarde, não discreto. foi medroso, não cauteloso. foi tudo, menos o que era pra ser. cortou contato, se enfiou no mato sem deixar rastros. fugiu, sumiu, ninguém nunca mais viu.

disseram por aí que está bem, que está amando, que está vivendo, mas não está superando, pois já superou. o passado deixou pra trás, ainda que este o tente alcançar. o presente lhe dá presentes, como aquele que amanhã virá e ele ainda não sabe o que é. mas é presente. o futuro é construído a partir dos presentes dados, se aproveitados. se não são aproveitados, o futuro ainda assim insiste, dando seu jeito, empurrando algumas coisas que acha que talvez ele precise. ou não. nunca se sabe.

o que os olhos não vêem, o coração especula! não é nenhuma novidade, basta perceber por aí e perceber em si. o que o coração especula é perigoso. é tiro no escuro e sempre atinge alguém. na maioria das vezes, a si mesmo. e dói.

sem embrenhou na vida, no mundo (o seu) e o contato agora é seletivo. só convive com quem quer, só fala se quiser, olha se der, acena se puder. mas, no final das contas é tudo mesmo se quiser. aprendendo a cuidar do próprio nariz. quem não sabe, até diz: é morto-vivo. mas, na verdade é vivo que vive.

quem pode culpar um ser humano por seguir o caminho que quer seguir? sem clichê, o papo sobre as escolhas é velho, apesar de certo. é certo, apesar de velho. independentemente de certo ou errado, uma coisa é certa: caminho é caminho, sempre existiu, existe e sempre existirá. vai quem quer.

hoje em dia ainda devem perguntar por aí: por onde anda? ainda anda? onde vive? sobreviveu? quem está por perto, alguém faz companhia? e as respostas não vem.

ou, simplesmente alguém vê seu nome em algum lugar e diz: já vi esse nome em algum lugar. e é só. sem rosto, sem atos, sem papos. só o nome.

quem não é visto não é lembrado, mas quem é visto é esquecido uma hora ou outra.

vinte e quatro graus celsius, tempo fechado. a qualquer hora chove lá fora.

hoje o dia é cinza.

Daniel Matos
Enviado por Daniel Matos em 04/01/2016
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