Mistério

Destonado de todos os outros.

Ele começou assim.

Ferrugens em matéria orgânica se arrastando pelas calçadas.

Sim! O vento soprava com força de um animal.

Boca ele não tem, mas o assobio era dele de verdade.

Assim meio amarelado o sol, parecia estar espiando tudo,

Pois só dava pra ver a sua outra metade.

O céu já tinha teto de cor vermelha, onde os passarinhos mostravam se a tossir, umidade pra menos da metade.

Feito uma panela de pressão sem fogo era aquele dia.

O chão mostrava ressequido, com fendas, de bocas abertas esperando alimentos.

Noite quieta sem nenhum mistério nem o saci saiu aquele dia, somente o silêncio imperava.

Madrugada fria, a fada madrinha toda empoeirada na manhã seguinte, não havia orvalhos para lavar as folhas que ainda restavam em alguns galhos, e a poeira dominava todos os espaços.

Como aconteceu é foi um mistério, mas quando abri os olhos chovia torrencialmente.

Sebastião Bronze
Enviado por Sebastião Bronze em 02/07/2007
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