Mistério
Destonado de todos os outros.
Ele começou assim.
Ferrugens em matéria orgânica se arrastando pelas calçadas.
Sim! O vento soprava com força de um animal.
Boca ele não tem, mas o assobio era dele de verdade.
Assim meio amarelado o sol, parecia estar espiando tudo,
Pois só dava pra ver a sua outra metade.
O céu já tinha teto de cor vermelha, onde os passarinhos mostravam se a tossir, umidade pra menos da metade.
Feito uma panela de pressão sem fogo era aquele dia.
O chão mostrava ressequido, com fendas, de bocas abertas esperando alimentos.
Noite quieta sem nenhum mistério nem o saci saiu aquele dia, somente o silêncio imperava.
Madrugada fria, a fada madrinha toda empoeirada na manhã seguinte, não havia orvalhos para lavar as folhas que ainda restavam em alguns galhos, e a poeira dominava todos os espaços.
Como aconteceu é foi um mistério, mas quando abri os olhos chovia torrencialmente.