O suicídio do amor
Ela procurou dentro de si o único suspiro que a mantinha. Ela ainda o ouvia, o via, o beijava. Ele ainda estava lá preso dentro dos seus emaranhados pensamentos. Ela quer voltar no tempo e deletar a mensagem, o número, o amor. Ela descobriu que estava apaixonada, ela não pensava em mais outra coisa, ela dormia e acordava, e nada mais existia, até os seus pedaços próprios se perderam nessa confusão, já não era possível juntá-los. Ele disse que nunca a abandonaria, e ela ainda está esperando por ele, aqui, é inútil esperar, ele nunca existiu, foi apenas uma projeção frustrada. Ele a possuiu de todas as formas possíveis, ele a controlou os seus desejos, ele a limitou a viver, ela simplesmente ignorou todas as cenas reais e assistiu intacta ao seu martírio de impulsos. Um sobressalto, ela tomou o trem, deixou todas malas, mas ele foi buscá-la e a trouxe ao precipício, ela se entregou, na descida, ele não estava mais lá. Ela não suportou, cortou na própria pele a dor, entregou-se, e agora não consegue mais subir. Ele nunca esteve ali, uma armadilha, somente ela acreditou