Anátema
Eu queria compreender por qual motivo você matou meu sonho e no lugar dele construiu um pesadelo infinito.
Por que será que meu amor tanto o incomodava para que tentasse fazer com que eu te odiasse?
Não entendo tanto tempo que você esteve comigo apenas para me fazer reviver e depois poder tentar me matar.
Não consigo desvendar o mistério da maldade que se alojou neste ser e que tentou amargar-me, envenenando-me.
Você não passou em todos os teste, para meu desânimo, perdeu o mais importante e mais terrível para mim.
Não posso, não consigo te odiar, que é o que você queria durante todo o tempo perdido entre nós.
Como é doloroso destruir, afrontar, denegrir sua imagem para que eu me livre de um amor que abomino.
Jamais criei castelo, foi no meu casebre ajardinado que você ateou fogo e ficou rindo na distância.
É tão absurdo que chego a me alegrar com sua felicidade mórbida do mal que me causou deixando-me desterrada.
Estou tentando acertar os ponteiros do meu relógio que gira inversamente e conto menos um momento de terror.
Você nunca entendeu a ferocidade do meu sentimento, que foi implodido em mim com dinamites feitas de seu opróbrio.
Maldito sempre será o dia que quis saber quem era você e por uma surpresa desoladora soube mais do que queria.
Vou continuar denegrindo sua imagem para mim como fosse uma manta de tricô multicolorida.
Descabida, desolada, solitária, amargurada e odiando até meus ossos, continuo te amando.
Que horror que sinto de mim, de você e principalmente do nós que jamais existiu além do conveniente para você.