SILÊNCIO

Tentei achar uma resposta pra você, mas naquele momento absolutamente nada foi melhor que meu silêncio.

Ainda pesquisei nas listas de frases prontas em meu dicionário cerebral, mas a única coisa que consegui encontrar em meio há tantas memórias perdidas foi um vácuo. Inferi então que o mais prudente era me calar. SILÊNCIO.

Silêncio esse, ora quebrado por frases mal ditas, malditas, ora mal escritas, mal interpretadas, frases que me remetem a sentimentos que já não sei mais o que são.

Sentimento sentido, doído, fraco, sustentado em conversas chulas e fatos não concretos, sentimentos, coisa sem um pingo de afeto.

Não sei ao certo.

Só queria que constasse nas entrelinhas da vida que eu me refiz e me desfiz de você.

Tirei o peso que estava me fazendo ficar ancorada naquele mar de ilusão, decepção, arrogância e grosseria. Mar aquele que há tempos atrás eu me banhava, mal sabendo que aquela água era imprópria.

Tirei toda a raiva, dor, rancor, tirei tudo aquilo que você chamava de amor. Usava essa última palavra com tanta propriedade que nem me deixava desconfiar que no fundo, bem lá no fundo tudo aquilo era vaidade.

A minha ignorância não me permitiu ver que minha vida continuava e continua longe bem longe de você. E tudo aquilo que eu sentia eram apenas fragilidades expostas a quem cutuca a ferida.

Hoje, agora em meio essas palavras, trechos, só queria dizer que o que poderia ter sido o fim pra mim é um novo começo.

Em vez de montar uma estrofe com o fim, prefiro deixar aqui o que deu origem a essas palavras: MEU SILÊNCIO.

Marcela Molizanni
Enviado por Marcela Molizanni em 30/12/2015
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