Mais um dia
Nasce o dia e é só mais um dia. O ponto já espera voraz pela batida, transformando cada minuto em uma agonia. Entre papéis, números, pessoas e birôs vejo o sol entrar pela fresta de uma janela velha, e o passado é aqui é só decadência, não, não tem nada de retrô.
E aos poucos e aos montes as horas escapam e escorrem por pisos quebradiços de uma sala morta, fria e estampada por cortinas velhas, embalsamadas pelo mofo e corroídas pelo bolor. Já vejo os antigos sonhos cada vez mais parte de um imaginário corrompido por dinheiro, pela certeza de um salário.