E POR FALAR NO AMOR...

Hoje...

eu ouvia um poema,

que entre tantos dilemas...

enfrentava a dor.

Que chorava esse amor da poesia ,

que é mera fantasia...

e não consegue existir!

Que zombava do amor dos poetas,

Que apenas estetas....

seguem sempre a fingir.

Lá queimavam no amor de Camões,

todas as decepções...do sofrido porvir;

Metafísica.. o amor de Pessoa,

sentimento que a toa...dói e só sabe ferir!

Fantasia -o Amor de Drummond,

que seguindo em vão ...rumou à solidão...

Agonia- no amor de Cecília,

que entre tanta magia,também pouco existiu.

Foi quimera...embora

“das primaveras...em podas ressurgiu”! *

E Bandeira...que se fez rimas plenas...

às vezes amenas....o amor transgrediu...

Onde está o “eterno” do Vinícius,

infinito fictício

que só sabe extinguir?.

E a Florbela... do amor que espanca

que só faz aliança

com a saudade...sem fim?

Ao meu jeito...

Eu só fiz grande feito!

Já plantei no meu peito...

o infinito... de mim!

* Alusão à mensagem dum famoso verso de Cecília Meirelles