Ciclos da vida...
A chuva caiu e a terra encharcada entrou no cio.
As flores se deleitavam com a brisa em rodopio.
Ouvi o ruído do gonzo do portão.
O vento passou suavemente e submergi no meu sonho.
Senti o cheiro do seu corpo e por momentos fui feliz.
Com o coração disparado, saudade plangente fechei os olhos e abracei o vazio.
M’alma embrenhou-se na solidão. Fiquei a matutar...
Era mais um amor que eu teria profanado?
Com os olhos orvalhados esperei o poente e hauri o aroma do entardecer,
mergulhando no passado longínquo. À noite chegou e com ela, a lua aflorou no céu.
Nasceu com face virginal e olhar de pitonisa, indicando o zênite da minha vida.
Entranhei-me no mistério da noite e rasguei a sombra do passado.
Garatujei a linha do tempo e vi todos os amores ali debruçados...
A vida segue inexorável imperando um perpetuar de ciclos.
Nunca esqueci um fato que me atingiu dolorosamente, no Natal de anos atrás. Pra mim cada Natal é um ensaio de perdão...
Desejo a todos meus amigos um Feliz Natal.