RAZÃO DA EXISTÊNCIA
O Rio da minha vida tem curvas definidas,
Com sulcos profundos e cicatrizes fendidas,
Batalhas intensas antes da partida.
É um Rio turbulento conseqüência das procelas,
No invadir do espaço faz tremer a terra,
A festejar os frutos após sofrida guerra.
O Rio da minha vida é o que irriga as flores,
No deitar da tarde distribui pendores,
Transforma – se em Estentor no amenizar das dores,
Porque seu veio é a vida desperta de temores.
O Rio da minha vida tem natureza imensa,
Encara tudo e vence as desídias,
Visto ser límpido em sua diretiva,
Fonte de delícias em estações contidas.
Porque o Rio da minha vida
Contém seres libertos e sem cobiças,
É feito de sonhos, mas cumprem – se
Promessas daí seguir tranqüilo
O seu próprio destino;
Visto que o rio da minha vida
Não traz egoísmo e nem tampouco o desatino.
Ora é sinuoso, ora reto cumpre seu destino,
Pois não tem jeito de apenas ir direto,
Tendo em vista que a existência também
Leva aos desalinhos.
Mas o Rio da minha vida é limpo,
Verte amizade e prolifera carinho,
Não traz nele a densidade dos rios
Que vivem sozinhos.
No Rio da minha vida os afluentes
Trocam amabilidades, não escondem
Os peixes da solidariedade, porque juntos
Vencemos as adversidades.
O Rio da minha vida conduz – se para o oceano
Que o abrigará sem nenhum engano em regozijo
Às doces investidas.
Será protegido com sobriedade
Ao findar a jornada do guerreiro,
No abraço amigo de nosso Pai verdadeiro.
CRS 01.07.07