RÁDIO ULNA
Idos da segunda guerra mundial
O trem de ferro carregava só verde oliva às janelas
Enfeitava as cores da bandeira nacional.
Para ter melhor visão deveria
Subir em uma mureta mal traçada, sem corre mão.
Menino peralta, conhecido de toda a vizinhança:
Da vó tinha guarida sem condição.
Dias antes do fatídico,
Tinha achado onze tostões
Numa caixa de fósforos usados.
Os vizinhos diziam:
--jogue fora menino isso é coisa arranjada.
Sem crença ou superstição ninguém deu atenção.
Como sempre a vovó como escudo
Dando total proteção.
Quando o trem apitava,
Para vê-lo passar subia na mureta
Dando adeus aos pracinhas
Pois nele supunha estar o seu pai!
O dia era sereno, a manhã fria, mureta escorregadia,
Já no chão a correria, mais uma peraltice, sobressaltos contumaz.
--Só que nesse dia: O destro em dois pedaços se faz!
Grande susto, por algum tempo ficaria sem poder acenar!
O trem diariamente cheio de pracinhas continuava a passar.
A mureta ficou vazia:
Nunca mais foi visto o menino acenar!
Bhte. 28/01/13- Atalir Ávila de Souza
(Quebrado em l943/44 9-Rua Padre Paraíso- Bhte. MG