MUNDO DE PAPEL
Nessa geração do alvorecer ao findar
Os devaneios dos humanos vou levar
Sim eu sei, tive um sonho que mais ninguém teve
E acordei em meio a um mundo que se absteve
Entre os rostos abstratos e o frio no olhar
Vou sorrindo por ai, do mundo vou debochar
Lutas e conflitos tolos e sem sentido
Nosso messias não parece ter mentido
Um turbilhão de coisas pra entristecer e abater
Ainda sim vejo toda a beleza da Terra a me entreter
As pessoas sempre a se atacar e se dividir
No fúnebre som do silencio deixam de existir
Com palavras ou com letras vou falar
Que meus olhos brilham com o dia a raiar
Pessoas se importam com o que deviam ignorar
E ignoram sempre aquilo que deviam valorizar
Criam um deus de tinta e papel em escritórios e repartições
E no escuro da tinta sacrificam sonhos e destroem corações
E aqui estou eu nessa multidão a me indagar
Como não enxergam toda luz a se apagar?
Feliz em minha simplicidade vou sorrindo e debochando
De um mundo de papel que com a chuva vai se acabando
Sem destino certo eu vivo entre o sim e o não
Sou apenas um trapaceiro que enganou a solidão
Tiago André Breta Izidoro