MUNDO DE PAPEL

Nessa geração do alvorecer ao findar

Os devaneios dos humanos vou levar

Sim eu sei, tive um sonho que mais ninguém teve

E acordei em meio a um mundo que se absteve

Entre os rostos abstratos e o frio no olhar

Vou sorrindo por ai, do mundo vou debochar

Lutas e conflitos tolos e sem sentido

Nosso messias não parece ter mentido

Um turbilhão de coisas pra entristecer e abater

Ainda sim vejo toda a beleza da Terra a me entreter

As pessoas sempre a se atacar e se dividir

No fúnebre som do silencio deixam de existir

Com palavras ou com letras vou falar

Que meus olhos brilham com o dia a raiar

Pessoas se importam com o que deviam ignorar

E ignoram sempre aquilo que deviam valorizar

Criam um deus de tinta e papel em escritórios e repartições

E no escuro da tinta sacrificam sonhos e destroem corações

E aqui estou eu nessa multidão a me indagar

Como não enxergam toda luz a se apagar?

Feliz em minha simplicidade vou sorrindo e debochando

De um mundo de papel que com a chuva vai se acabando

Sem destino certo eu vivo entre o sim e o não

Sou apenas um trapaceiro que enganou a solidão

Tiago André Breta Izidoro

Zero
Enviado por Zero em 07/12/2015
Reeditado em 07/12/2015
Código do texto: T5473152
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.