Ó BAILARINA FACEIRA.

Ó bailarina faceira com a tua saia empinada,

Com estas coxas torneadas serás sempre a primeira,

A me inundar as vistas com os teus dotes artísticos,

E o teu fetiche de mulher, assim nas pontas dos pés,

Eu te imagino em meu colo ouvindo do universo,

Um solo cantado em versos pelos sonorosos pássaros,

E a gente fantasiando que vamos estar nos amando,

Em um momento seguinte,

Juntando as nossas salivas, colhendo do vento a brisa,

E nossas lágrimas derramando,

Mas estas serão de prazer por um ao outro merecer,

E nosso amor concretizando-se,

Deus é pai e não padrasto valeu apena eu ser casto,

Há tanto tempo te esperando, nos daremos num só coito,

Sem esta de sermos afoitos, pois a paixão nos domina,

Tu serás minha mulher e o nosso rito de fé,

Selou em nós dois a sina.

Atravessar o meu deserto tem sido o meu pontifício,

Moisés me empresta o cajado, e força me vem de Cristo,

E não tenho reclamado, pois se me foi designado,

Deve ter razão robusta, o sofrimento me custa,

O poder da compreensão como fazer comparação,

Se tudo for agradável no fim se torna um marasmo,

O que nos parecia bom, assim eu vou perseguindo,

Conforme Deus vai me intuindo rumo ao templo sagrado,

A caminhada é vagarosa, mas lá me espera uma rosa,

Que aponta pros quatro ventos e então serei acolhido,

Por uma senda escolhida, nesta penosa jornada,

O doce nem sempre é mel, o amargo difere do fel,

O saber nos custa muito, depois de vencida a matéria,

Vive-se outra atmosfera e as forças se juntam.

LUSO POEMAS 06/12/15