LAVRANDO O TEU CORPO

    Eu conheci uma terra fértil à qual lavrei e muitas vezes plantei a boa semente e que nunca me negou os seus frutos; e quanto me orgulho deles! E havia uma cumplicidade entre mim e essa terra: Parecíamos um só e tomávamos decisões; mesmo que por escolha nossa essa terra se tivesse tornado estéril, que não pudesse fazer germinar mais, nem um grão, ela não tinha o direito de negar-me o prazer de, pelo menos passear pelas suas colinas, descer ao vale para beber das águas cristalinas e frescas da fonte, perscrutar o mistério de alguma eventual gruta desconhecida, para depois, voltar cansado, para dormir, satisfeito pelo dever cumprido ...
    Não se esqueça de que eu ainda sou um bom lavrador !​


       H. Siqueira. 1982.

       
    

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HSiqueira
Enviado por HSiqueira em 02/12/2015
Reeditado em 07/12/2015
Código do texto: T5468074
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