A protagonista
Logo cedo aprendi e desejei ser a protagonista da minha história.
Fosse ela escrita à tinta, em penas, ou luz de lampião.
Talvez seria uma bela história, mas nunca daria pena, tamanha era minha determinação.
Assim com anos e experiência veio a adolescência, quando tomei conhecimento de que nada valeria a pena, não fossem os coadjuvantes.
Não que eu precisasse de uma plateia enorme, cheia de faixas e coros. Contudo, talvez, precisasse de um dueto, para fazer da minha vida um folguedo.
E anos sábios limpam nossas vistas, enchem os cantos da vida de coadjuvantes e vilões.
Ah, os antagonistas... Esses sim, nos dão lições. Não que nos derrubem, mas nos fazem crescer sempre, quando passamos a perceber, que somos humanos. Cheios de falhas e querer.
E quando aparamos nossas arestas, ganhamos brilhos de festa.
Aí, sim, temos certeza de não nos perdermos nas entrelinhas pequenas, nos fachos de luzes de cenas, que nos deixa ver fossos à nossa frente.
Entretanto, de uma coisa tenho certeza: Que tudo valerá a pena, se a alma não se tornar pequena.