Onde o Sol não Alvora (Amor)

Às vezes me pergunto, o quanto eu poderia ser feliz, se não sentisse o que sinto.

Mas a verdade é que sinto, sinto quando não preciso sentir, dói quando sinto pois é algo que o meu coração recusa. E quando abstraímos de alguém, também nos dói uma dor imensa, mas é tão vaga essa dor, chega a iludir quem sente que é dor, quando na verdade são borboletas ansiando um local para pousar.

São brutas as borboletas. Escaqueiram a porta, arrebatem-na contra as paredes, fazem um caos com um olhar. Imagina tu, o sentimento que em mim pasce.

É duro de roer o que não quero sentir, corrói a alma numa subtileza imperceptível.

Mas é raro sentir isso e eu talvez nem dê o devido valor a um ferimento que é dono do que sofre.

Contudo, tudo implica a alma, até as minuciosas borboletas suplicam em agonia.

E eu que não padre, somente pecador, escuto a quem renego. Faço das visões clarificadas de imensas ilusões, um local plácido, algures em montes em que o sol não alvora.

DScript
Enviado por DScript em 15/11/2015
Código do texto: T5449339
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