Vaidades e podres poderes
Vaidades e podres poderes
Preciso seguir em frente, não ha como conseguir parar
Somente agindo e seguindo a verdade, consigo me acalmar
Inquietante espírito, na busca de valores maiores
Permite-me só que sorria, não aceita que tu chores
Rogo por todos que enxergam a vida de um jeito distorcido
Que trazem na face o sorriso, enquanto o peito é oprimido
Tu, humanidade imperfeita, que ofende e tanto maltrata
Não me ostenta no peito, pois sou tua consciência morta
Sou o poder por quem lutas, nas tantas lutas inglórias
Sou o brilho que te falta, e que buscas em outros apagar
Pois se não és tu a estrela, porque deixar outro brilhar?
Sou de tua alma o câncer, a te corroer bem lentamente
Te faço buscar o frescor, no caldeirão de água fervente
Dou polidas em teu ego, quando ao espelho te elogias
Qual Narciso em poça d'água, haverás de viver de nostalgias
Pois sou companheiro do tempo, da luz e da plena verdade
E enquanto vai passando o tempo, vou mostrando-te a verdade
Nos traços de tua jovem face, as rugas haverei de sulcar
Marcando-a com a verdade, da qual buscas te esquivar
Não haverá nessa terra, nem em outro lugar deste mundo
Onde reencontres a beleza perdida, pois que de tua carne
Restarão somente a mentira em tua aberta e purulenta ferida
Vai, segue em teus erros, mortal e insignificante senhor do nada
Continua esta tua busca inferior, e encontrarás no fim da vida
Um cortejo de negros anjos, a aguardar-te na final morada
E eu já cansado de ti, buscarei outras almas como a tua
Que deixaram os valores maiores, para cultuar a própria figura
Sem saber que no fim da linha, onde não ha mais vaidade
Se depararão com anjos negros, que hoje te mostram a verdade
Pobres homens, podres seres, insignes vermes reféns da vaidade!
Fátima Ayache