Fragilidade da Vida

E nem bem falei de pássaros frágeis e surge um em minha vida. Não desses que se alimentam de paisagem, mas um que grita, boca aberta, esperando a mãe chegar com algo no bico. Salvei-o de morte atroz. Libertei-o da boca de um de meus gatos. Dei-lhe a liberdade e agora tornei-me sua refém, e ele o meu. Se o toco ele abre a boca e grita e sua mamãe também se põe a chamar, mas assim que sigo com ele à procura dela, meus três gatos se posicionam ao lado e ela foge. Procuro o ninho, mas a escuridão me impede de achá-lo. Que fazer? Temo que a liberdade que lhe dei não o livrou completamente da morte, só a adiou... Não sei se assim, escondidinho em meio ao guardanapo de papel no ninho que lhe fiz abrindo ao meio uma bola de natal, ele vai sobreviver... até que eu... cuidadora e refém de um pequeno pássaro... encontre lar, sua mamãe querida...

 
Maria, triste porque nem eu, nem o pássaro conseguimos. A mamãe chamava, chamava, ele respondia. Prendi meus gatos dentro de casa e levei o ninho até minha Cica. Como a mamãe voava pelos arredores acreditei que o encontraria, que o acharia. Ficou provado que nada sei, não conheço a natureza... hoje pela manhã ele estava morto dentro do ninho que lhe fiz...