O tempo
Hoje, é só um amanhã que chegou. Amanhã,
o tribunal de apelação, para os que não
aceitam a sentença atual; ontem, testemunha
ocular, que nos viu construindo hoje.
O tempo estático, observa nossa monótona
Passagem; fazendo tudo de novo, de modo que
não há nada de novo, (inclusa a frase), no
entanto, é uma mesmice veloz. Todos correm.
Cada um segue seu “contador de histórias”
e atrás do esquisito, corre, corre…
O trágico dessa maratona é que a ceifeira
aguarda do outro lado da ponte; os mais
velozes, encontram-na primeiro…
O poeta sabe que ela esta lá, vai, pois,
sem pressa “no passo do gado” como ia Jacó,
tangendo seu rebanho de afetos, saudades…
Talvez seja uma exceção, por já ter morrido mesmo;
que razão pois, para temer a morte? Ademais, como
disse o Quintana: “A morte não é assassina”.
Por isso, é o último que chega, sem troféu
tampouco medalha, os quais, se recebesse, não
saberia o que fazer com eles.
Todavia, ninguém apreciou melhor paisagem,
e os múltiplos quadros que contemplou, são
seus lauréis…
Sua leitura eficaz do ontem, lhe dá hoje,
a profecia sobre o amanhã…