Atrevo-me pelos teus labirintos
Ousada, atrevo-me pelos teus labirintos de mim, despida do dia árido de palavras pequenas escritas à giz, desgastadas pelo tempo. Surpreende-me as gaivotas pelo leito do rio e a mansidão do vento a desenhar carinho nas folhagens. Não gritarei sozinha pelo teu nome, estamos no primitivo enlace de pele e bocas por onde suplicamos o engate de nossos corpos e o sossego de um mundo definitivamente explicado adentra-se e tudo o que parece saudade e lonjura adquire contorno e luz. Então acariciamos o oceano com as mãos do desejo e o mar escorre suave por entre as nossas verdades com a doçura de um futuro incerto e a força de um caminho a descortinar onde não precisamos morrer por sermos em cada um a vida consentida até a raiz absoluta do cio das estrelas.