3. O Evangelho da Terra: a pequena anunciação

Tendo descido aos vales e percorrido as aldeias, pôs-se a descansar entre os que andavam e movimentavam os lugares, dando-lhes vida continuamente. Em sua pausa dirigiu aos que desejam ouvir as questões que tanto alegravam os corações com que ele compartilham cantos e ensinamentos.

Desejou lhe dar o que sabia, mas antes percebeu que daquela vida que fluía sem barreiras e sem grandes esforços havia de lhe dar algo, da terra que por eles falavam. Através de suas ações, palavras e artifícios com os quais ocupavam o dia e talvez uma vida inteira.

Espantou-se com a naturalidade de tal vida pacata e perguntou a si mesmo quem teria lhe tirado tal harmonia, sem que percebesse.

Vendo os aldeões o interesse e mesmo o esforço com o qual ele se entregava aos mais diversos trabalhos importantes para a comunidade trouxeram, decorrido 7 dias, presentes,comidas e artefatos. Vendo tal reconhecimento, não pode se conter e chorou diante dos convidados que tinham ido a sua casa.

Sem entenderem ao certo o por que de tal emoção, puseram-se a silenciar como se silencia diante de um homem cuja a perda de algo precioso, não pudesse ser consolada, mas divida a sua dor como se perdida fosse por eles mesmos. Lembrou que haveria de anunciar algo terrível diante deles, embora tantas coisas boas tivessem anunciado em seu coração.

Se recompôs e anunciou diante dos mesmos que se encontravam reunidos em sua sala:

“ Cultuastes a terra, que os tem presenteado e também aos que os visitam, com o fruto de seu reconhecimento. Nada deves a ela, eu que vi lhes trazer a paz, antes recebi. Mas devo lhe anunciar algo terrível que esta por vir, antes que lhes alcancem sem estarem devidamente preparados.

Os homens perdidos afastados da terra por outros homens gananciosos se entregaram aos mais diversos desejos e símbolos que os escravizam, acreditam estar no mundo que os agradam e dispostos se encontram a tirar do caminho tudo que vai contra suas ilusões. Desejam também destruir tudo que possa ser aproveitado em sua ilusões, que precisam ser alimentadas o tempo todo.

Este demônio que povoa seus pensamentos não demoraram a estender seus olhos sobre vós e seus filhos e não mais serão da terra, serão tirados dela e entregues aos delírios e escravidões. Serão encarcerados em mundos terríveis que existirão poderosamente em vossas almas, encarcerando-as também. Não louvarão mais a terra e ela também não os ouvirá.”

Ouvindo tal anúncio, o tomaram como bruxo e escurrassaram da aldeia sob esconjuros. Estando distanciado da aldeia, pôs-se a orar com muita aflição para que a terra, e não os homens, ouvisse, por que dentro dele havia tristeza suportada com muita dor.

Wendel Alves Damasceno
Enviado por Wendel Alves Damasceno em 31/10/2015
Reeditado em 31/10/2015
Código do texto: T5432918
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