Fim de tarde
Fim de tarde. Um canto de crepúsculo soa com o vento e a lua irrequieta sobe, escancarada, molhando o céu de um rubor antigo, por onde não mais se demora o silêncio e as nuvens costuram a noite. Da minha janela à tua percebo a luz à beira dos teus olhos, dos nossos sonhos, desdobrada em gestos. E não há fantasmas nem abismos, só pontes entrelaçadas por sobre o peito nos presenteiam o mar aberto de carícias mordendo estrelas, rompendo em êxtase as palavras em versos e rimas extasiadas de paixão.