Quero ver o doce

Mas o que vejo?

As cores. Eu vejo as cores. Mas será que vejo mesmo? Será que são cores? E o que são cores? Palavras! Ouvi falar delas por toda a vida.

E, por sinal, sobre as palavras, noto que continuam aumentando. Não sei o que significa todo esse crescimento, mas, a cada época multiplicam-se as palavras, nem sempre ordenadamente. Sobremaneira, pela imensidão dos dizeres, temo que precisaremos cada vez mais de memória.

Ou será que iremos estourar de tantas palavras? Palavras. De outro modo, como reza o tema, queremos ver o doce: "mas o doce não é dos sentidos, - pela experimentação - perguntaria um investigador das palavras? Sim, mas, queremos ver a vida, e não só isso, queremos a vida doce, assim como ela pode ser clara, cor das nuvens que converte os sentidos sobre as coisas. Pronto! Tudo traduzido.

Todo homem é mortal. O que quer dizer isso? saberes. Sei. Mas o que resolve sobre a vida? Pré-sinto que o fim, mas que fim? O de ser? Mas ser, o que é? Palavras. Sílabas, tantas. De modo que, desde a infância cremos na verdade. Mas que verdade? O que queremos? Ponto de um mundo incerto, pobre querer, satisfação.