Fechando o Caixa;
O nosso Heinz, ]
doutor, vulgo Tiguto,
que corta-gatos
e outros bichos mais,
vive, há seis dias,
o menino hisurto,
problema sério
e que lhe rouba paz.
Foi escalado,
assim no ferro, a grito.
pra uma função
que só lhe aumenta a taxa,
de atividades,
porque agora é caixa..
mas sem manjar
do fechamento o rito.
E se ,ao dia,
outra função
lhe impede
de controlar o
mango escasso
e incerto,
ao fim da tarde,
esforços já não mede...
a ver se fecha...
,mas só chega perto.
Soma, divide,
multiplica... e a dita
nunca dá certo,
encerrando a conta.
Em meio às tantas,
um sorriso aponta.
Acha que deu!
Não deu...! E a fita,
se espiralando
por sobre a lixeira,
de Bolsa dá
um certo ar à sala,
de Companhia...
ar de financeira..
E o tique-taque...
raque-raque fala
de alguém que,
as teclas ,apertando, sofre
por tão querer
e não poder dar jeito,
quando até mesmo
para abrir um cofre
há sempre falhas...
Sempre há defeitos.
Honestamente
Somos dois vencidos.
Tu tentas. Sei.
E eu já nem sei se tento.
Tontos de tanto elocubrar.
Mordidos,
vamos os dois, perdidos,
e sem alento,
no emaranhado
da selva contábil,
desnorteados
e a moral já baixa.
Ah! quem nos dera
um contador bem hábil
que nos zerasse a droga desta caixa.
Mas vamos lá, parceiro!
E que no encanto
do amanhã
que a sorte nos sorria.
Que seja à noite
o doce acalanto
que nos intua
a saída ao dia.
Que seja o sono
o Mestre derradeiro.
E que não venha
com mais pesadelos...
Os que já temos
bastam-nos inteiros
para aguçar
o desvelado zelo.
Que se nos mostre
o caminho certo.
Mostre o macete.
A chave da charada.
Estou convicto
de que estamos perto
e que amanhã se
zere esta parada.
................................................................
Ah! Tempo bom.!
A terra envinharada!
Encanastrada
por alguns zelotes,
que estavam sempre
de olho nas jogadas
no disputar das duplas
que eram fortes...
Fortes, seguras
do que as mãos detinham
e que iam e vinham,
pressurosamente,
a ver se d’outro
as cartas advinham
p’ra bater... pronto!
e inopinadamente.
Pegar o morto
e ficar batido.
E bem mais quieto
que guri borrado,
E no parceiro
todo o meu sentido
P’ra que ele entenda
que já estou fechado.
Flautas a parte,
quando alguém, à mesa,
bate... e de cara,
surpreendendo a gente
que, de mão cheia,
engole a surpresa,
sorrindo frio,
mas pensando quente.
E quem te viu
e quem me vê agora
Nem imagina
o quanto aprontamos
Pena que o nosso
Estivalet foi embora...
O homem da dupla,
que nós dois testamos.
Três mil a zero
A la putz grila!
Vai jogar bem assim
lá no inferno!
Mas revidamos,
lá, na mesma vila,
Tendo, na mão, não mais
que um simples terno.
É isto aí, meu chapa
são saudades
de um tempo bom ,
que só deixou lembranças
todas marcadas
pela afinidade
de um homem velho
e um bando de crianças.
Aécio, o Ajudante.
Caxias do Sul-RS
1973