Uma poção.
Encomende-se, a um mago, uma poção.
Umas gotas de ilusão, outras de sensações, muitas de emoções
que se destilem lentamente, em todos os sentimentos, pedacinhos de momentos vindos dos horizontes para todos os instantes, entre os mistérios dos mundos, em afagos profundos, sonhos de minhas loucuras nos invólucros de procuras, um líquido que se esvaia pelos muitos desejos e que desperte um coração.
Uma poção em chuvas no encanto das tormentas, uma certa dose sem angústia e uma vontade inexplicável de deixar a mente divagar.
Que forme textos e trechos mágicos enfeitados com todos os raios que puder colher no entrechoque das nuvens, ao som das melodias meio insanas, sem muita lógica, que pareçam cantar contos que se instalem na memória, nas desmemórias e pela vida.
Que bata incessantemente num compasso que crie ritmos combinados
sem ansiedade e com todas as saudades que as distâncias mostram nas notas de harpas imaginárias que alguns anjos criaram e
fizeram descer dos céus em cascatas dedilhadas para ecoarem temporais.
Uma poção inodora e incolor, que se transforme em perfumes e cores,
caçando e iluminando estrelas que esta noite esqueceu-se de trazer.