Resgate ao Entardecer

O sol já declina e o peso do tempo

Que deixa algumas marcas no rosto

Deixa também cicatrizes na alma

E em meio ao frescor da brisa calma

Na boca sequidão e o amargo gosto

Da solidão sem sentido que fala

Esperando por uma resposta e se cala

Parece ter se cumprido a última missão

Descansar talvez seja a única opção

Ao crepúsculo ouve-se então o clamor

Uma ovelha aflita e a voz do Senhor

Que convoca e reaviva o amor

Da paixão pelas almas famintas

Não de pão mas de Cristo o favor

Então o corpo cansado se refaz

Vislumbra a ovelha e o predador

Que a subjuga, é o lobo sagaz

Com forças invencíveis que vem do alto

O pastor ataca com precisão eficaz

O devorador é tomado de sobressalto

E solta a presa que escapa e se abriga

Nos braços do Pai, e o lobo se intriga

Com tamanho rigor que supera a fraqueza

Não por força humana nem vigor

Mas pela incandescente chama do amor

Que faz do pastor um gigante

Enquanto resgata a ovelha indefesa

A Carlos Borges
Enviado por A Carlos Borges em 16/10/2015
Código do texto: T5417178
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