ONTEM & HOJE
   Sempre gostei da vida simples, sem "frescura"; pés no chão nas manhãs de primavera, dos banhos de chuva da minha infância saudosa...
   Tinha as minhas "obrigações", como meus irmãos, com os afazeres da casa, para ajudar, pois, dizia meu pai: Nessa casa quem não trabalha não come; meu pai foi um exemplo de trabalho honesto, marido exemplar e pai amoroso, tenho saudades dele. Mas depois da escola e das obrigações, o tempo era meu, e como eu "aprontava"...
   Gosto de lembrar da primeira namorada, do primeiro beijo... Apenas um "selinho"  inconsequente, que ainda não despertava as voluptuosidades insanas que marcam hoje o corpo, a vida e a mente de adolescentes mal saídos dos "cueiros" .
   Gosto de lembrar da hora do almoço nos idos de cinquenta; da "cuia" de queijo do reino , que então, nos servia de prato... Sempre cheia de fartura e variedade, qua era servida na varandinha dos fundos, por minha mãezinha, sempre sorridente.
   A vida era simples e sem complicações...
   Hoje há aqueles que gostam de complicar; complicar a vida, os relacionamentos, e, de "narizes empinados" só interagem com pessoas importantes, segundo os seus entendimentos farisaicos; e, assentados em requintados senáculos, põem-se a comer jaca... De garfo e faca!
   Porcos são mais dignos do estes, pois comem juntos as suas alfarrobas irmanados pela mesma sorte: Engordar para esperar a morte.
   Também aqueles, "inchados" de empáfia e soberba, caminham céleres para o mesmo norte! Para um triste final, sem ter quem os conforte.
   Como é bom ser gente como toda a gente.

 H. Siqueira. 2013.
   

   
HSiqueira
Enviado por HSiqueira em 16/10/2015
Reeditado em 16/10/2015
Código do texto: T5416626
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