Despertador
Me acorda bem cedo, mas não desperta a dor
Deixa que durma, finge que ainda é inverno
E um sono longo, sob lençóis, será reparador
Depois de acordar, ofertarei poemas de amor
Perfumados com a delicadeza das flores
Em papéis de cartas, o perfume e as cores
Dois corações, dois sonhos, dois amores
Docinhos para adoçar a boca, como licores
Ah! Só lhe peço um favor, uma música suave
Para que a alma amanheça leve, voe ave
Voe na imensidão azul, como uma nave
Para que o ser, não chore, e se morrer, se salve.