Sentir-se
Como sentir-me vestido, só com panos costurados em mim ?
Melhor não seria um barril pendurado aos ombros...
Ou coisas assim ?
Sair as ruas sem vergonha sentir, e evitar os olhares.
Perguntar-me ; Por que em mim ?
Há tantas coisas que mereceriam os olhares...
Por que não os desviam ?
Que culpa tenho eu de não sentir culpa alguma ?
Me deixem viver em paz, com as minhas coisas...
Que são normais para mim ?
Não crucifiquem quem não conhecem,
Já fizeram isso tantas vezes, e repetem a mesma cena
Sem parar...Matem-me quantas vezes quiserem,
Que não mais morrerei !
Não dou prazer, pois a mim não pertence,
As vestes que me destes não me servem,
Mas as vistos, são apenas panos, pedaços de tecidos,
Não as reconheço...Como sentir-me vestido ?
Deixem-me viver, imaginem uma vez apenas...
Que estas ruas podem não ser as minhas.