FÉRIAS EM NATAL
Praia de Genipabu
Numa viagem de férias
A terra tão decantada no Brasil e no mundo inteiro
Por sua beleza natural
Ate com cenário desértico camelo dromedário e tudo o mais.
Um dos melhores passeios
Escolhido um dos dias.
Como de costume
Sempre procurando um taxista,
Conhecedor profundo da geografia do lugar:
Desde criança o grande desejo era ser independente
Mais para isso o grande sonho
Tirar a carteira de chofer profissional.
Simples e agradável e de conveniência
Aceita a sugestão por apenas setenta reais.
Levaria o casal para passar o dia inteiro
No point da praia de Genipabu.
E lá que tem os bugres,
Se quiser fotografar no dorso de um dromedário
E se fizer pilheria com vestimenta adequada
E contar histórias
Que estivera no Saara poderá provar.
O preço lhe convinha, pois morava próximo do lugar.
E, enquanto o casal se distraísse.
Ele estaria descansando
E bem remunerado junto à esposa no seu lar.
No trajeto muita conversa e informação
Uma verdadeira aula de geoeconomia do lugar.
As dificuldades dos pobres
Dos muitos meninos como para chegar
A condição de hoje
Muitos dias de fome haviam de passar.
Destino chegado algumas referencia
Seguras para agradar o casal freguês.
Praia muito cheia multidão de gente
Que em tais circunstancias pouca paz havia.
Olha aqui, olha acolá, me atrevo a consultar,
Com o consentimento da amada,
Uma garçonete morena educada
De feições alegres, vem logo a pergunta.
—Alem dos bugres, existe algum transporte simples.
Para conhecer melhor o esses lugar?
De pronto e demonstrando alegria em poder servir
- Por favor, me acompanhe!
Logo avista uma carroça adaptada em charrete,
Que está chegando,
Apressando o passo de pronto
Falando com o carroceiro,
-- O seu Manoel atende esse casal!
Uma carroça comum pintada de branco,
Animal da mesma cor,
Só um pouco mais escura,
Puxando a cor da areia do local.
O arreamento feito de coro cru
Possivelmente de bode as peças mais finas.
Assento de tábua pouco confortável,
Mas pareada, lisa e lustrosa de tantas bundas acomodarem.
Uma lona alaranjada em uma armação tosca, mas eficiente,
De fácil aferição
Abrigava os visitantes
Daquela chuvinha fina e passageira
Vinda de uma nuvem solta do mar.
Acertado o trajeto por apenas cinco reais
Ida e volta dois passageiros
Até na curva distante
Onde terminava a praia
Um restaurante do Frances
Localizado no fim da praia
De onde não tinha mais passagem.
Conversa vai conversa vem,
O carroceiro falante com falha acentuada na boca
Por faltar alguns dentes,
Estatura mediana, tez sombreada.
Própria do sitiante do litoral nordestino.
Chapéu de couro surrado,
Suor e sal,
Sandálias rota nos pés
. Conhecedor profundo do lugar.
Já bem familiarizado um entrosamento perfeito
Como um gentil cavalheiro,
Fez-se notar,
Tanto para subir na carroça ou dela descer
Oferecia com gentileza à minha esposa, sua mão
Que tinha um pouco de dificuldade
Por ter sofrido uma pequena intervenção
No joelho lesionado.
---Para contornar o lugar e prosseguir o passeio em quanto ficaria?
– Se conhecer o lugar onde nasci,
Poucos quilômetros daqui,
Temos que voltar um pouco
E naquela subidinha estreita
Que só passa um veiculo de cada vez,
Onde estão entrando os bugres
, depois uma estradinha fácil de chegar.
É um pequeno lugarejo de nome Praia de Santa Rita
Padroeira do lugar.
Local muito piedoso meu paraíso é ali.
Na passagem estreita uma fila de bugres
Cheios de turista estrangeiros
Aguardavam a travessia na estreita pontesinha,
Agora uma carruagem, levando passageiros ilustres rei rainha talvez,
Um contraste extasiante, recheado de emoções.
O cavalo por nome Ventania puxando sua carruagem rude,
Pobres seus passageiros,
Mais pobre o seu mordomo,
Comandando os nobres na liteira!
Aplauso e alegrias na fileira dos bugres
De passageiros turistas de alem mar.
Os sorrisos e aplausos pareciam tão sinceros
Em tão bizarra parada.
Muitos carros em alta velocidade
Com muitos brancos estrangeiros.
Sempre um aceno de muita alegria e espontaneidade.
Ate o animal sorria,
De quando em vez virando sua cara para trás.
Chegando ao local indicado,
Lugar bucólico uma calmaria
Uma grande extensão de areia,
, uma comum expressão da amada,
-- Uma praia só pra mim!
Pouca gente cenário bem diferente
Os banhistas, poucos,
Frequentes nascidos no lugar.
Logo uma mesa improvisada à acomodação.
--- Um instante vou colocar a sombra o nosso transporte,
O Ventania merece de volta ele há de nos levar.
Na escolha da bebida e do petisco
Para nossa surpresa em uma bandeja,
Uma linda donzela, sobrinha do carroceiro,
Bem recomendada trazia ainda vivo,
Pois disso tenho certeza, ainda mexia a calda,
Um peixe bem viçoso, O vermelho:
-- Querem frito assado ou cozido?
É o gosto do freguês!
Optamos frito! O (vermelho peixe saboroso do lugar)
A bebida uma aguardente sem rotulo
De pouca produção
Também alambicada por seus parentes
Unicamente para o consumo local.
--Ele só, água de coco,
O respeito à responsabilidade a pureza do nordestino,
Não o permitia.
No rosto da amada, uma felicidade de imensurável esplendor.
O sabor e frescor das iguarias
Tinha o colorido de um prato Frances.
O cenário mais virgem por não contaminado
No mundo dos milionários
Mesmo pelos turistas de alem mar.
O sol já debruçava sua linha divisória.
Era chegada a hora de acordar!
À volta,
Já redobrada as gentilezas daquele professor matuto!
Inebriado, contagiado por tanta beleza,
A pureza da bebida,
Transporte inusitado,
Mordomo bem formado,
E, ainda mais por muito poucos reais.
A sensibilidade cabocla de um potiguar
Por ter propiciado uma bela acolhida
Com pureza e humildade,
Pergunta ao casal,
--Quero fazer uma homenagem,
Posso aboiar um pouco?
--Aboio é cantoria nativa
Das mais belas e angelicais canções,
De adormecer a natureza e os animais!
Com enredo sincopado:
Principio, meio e fim.
Jamais poderia supor o coroamento de tantas alegorias
Uma esplendorosa alusão num cenário de poucos espectadores
Tendo como testemunhas o casal, o Ventania.
– Dado a permissão –
Ainda a ultima pergunta—
-- Com ou sem emoção?
- O Ventania a sua marcha é cadenciada e desenvolvida
No ritmo e na rima
E se faltar retardara a viagem.
– pequena pausa.
Uma pequena concentração:
E começou a boiar, os primeiros versos.
Era enaltecimento do casal
Boiando com precisão tudo que lhe foi contado.
Do casal mineiro simpático
E faceiro na simplicidade
De sua terra natal.
Cantou as montanhas de Minas,
A extração do ouro,
Lembrou Tiradentes.
Citou grandes estadistas políticos.
Família humilde praieiros pescadores
E por fim a historia da sua origem.
Que pela discrição ao leitor atento
Aguça a imaginação.
Uma enciclopédia ambulante
Merecidamente se não exigisse títulos
Por certo ocuparia
Uma cadeira dos imortais.
–Agradeço a Deus por tudo isso
Sem ser rico ou milionário,
Saber gozar a vida com muita intensidade.
Duvido que alguém consiga,
Ainda mais
Com poucos reais.
Fiquei de voltar!
Para hospedar um dia
No humilde casebre do Manuel
E cobrar o prometido
É um especialista
Em comum iguaria
Buchinho de bode com temperos do Mar.
Bhte-02/02/2013 – Atalir Ávila de Souza– Férias em Natal. 2009