Fui visitada pela felicidade.
Chegou em forma de esperança,
envolta em laços de fita.
Eis que deixou de fugir do desejo,
retribuiu-me os beijos e até falou em saudades.
Por um momento,
fez me acreditar estar lendo as Cartas de Evita,
avivou os anseios de Anita antes adormecidos,
Ele havia matado a míngua a ambas,
a beira de seu corpo forma de oásis.
No momento eu era Flor, Bela desabrochando,
e por um momento acreditei
que seria diferente sua estadia sem idas e vindas.
Acasalamos em busca de chuva,
jorramos no banho de êxtase,
ambos em clímax descansados.
No entremeio da inevitável despedida,
ele voltou a ser o mesmo de antigamente:
capitalista,
metódico,
cético.
Devolveu ao bolso amarrotado
a tal felicidade obtida com habeas corpus.
Sem sequer perceber,
que meu sorriso estava grudado.
Aliás, deve ter percebido sim!
Sejamos francos com a realidade.
Bela não sou, tampouco Flor.
Mas espero ter desfecho como Florbela.





 
Railda
Enviado por Railda em 05/10/2015
Reeditado em 21/10/2016
Código do texto: T5404902
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