Eu sou o vento
Eu sou o vento.
Eu trago a chuva e disperso a fumaça.
Levanto os balões e movimento as nuvens.
As vezes com as nuvens, movimento os sonhos (de quem voa tão alto quanto elas).
As vezes eu apago o fogo, outras vezes espalho o incêndio.
Eu sou o vento.
Crio as ondas e arrebentações da ressaca.
Levo o barco à vela, a se perder no oceano (e nos pensamentos).
Confundo exércitos quando crio tempestades de areia.
E refresco o suor do maratonista cansado de tanto correr.
Faço correr aquele que se espanta com o furacão.
E algumas vezes há quem acredite estar no olho do furacão.
Sem se dar conta que no olho do furacão a calmaria impera.
Pois as paredes furiosas estão em volta.
Preservando a brisa que revela o verdadeiro interior (suave e calmo).
Eu sou o vento.
Eu balanço e direciono a biruta no aeroporto (e os birutas que por ali passam).
Gero energia e trago aves.
As vezes sou frio e as vezes sou quente.
Mas sempre falam que está chegando uma frente (quando falam de mim).
Por que quando passo ninguém me vê.
Mas todo mundo sente.
E não se percebe minhas costas.
Porque eu sou o vento e movimento em todas as direções.
Exceto para trás.
2º JJ 2:10