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27 de Setembro de 2015

O estranho que nós amávamos

Meu filhos também vieram

de longe para o último olhar.

Ele remou para a terceira margem do rio

Dissemos-lhe adeus ,

E fomos pra casa e relaxamos ouvindo Endless River .

Alguém lembrou do eclipse da super lua esta noite,

Pensei, Esperto

ele vai assistir o espetáculo de perto.

A casa depois das árvores,

no fundo do terreno na estrada de Tambaú

estava triste esta manhã, vazia….vazia

Cheia da ausência dele,

Ele era um minimalista,

Um tanto estranho para a maioria

Seus poucos objetos e móveis

Suas tralhas entreolhavam-se, como se perguntassem por ele

Estive lá revirando, procurando anotações,

números de seus poucos amigos.

Silêncio lá fora na manhã ensolarada,

mas podia se ouvir a canção do mensageiro do vento,

sentinela dependurado na varanda.

Livros

Pássaros

Gatos

Plantas

Vasos de flores

Vasos vazios

As tralhas da sua cachorra

Todos órfãos de seu olhar

Se perguntavam:

Onde foi o nosso amigo estranho?

A vida é maravilhosa,

Tivemos uma boa vida, não?

foram suas últimas palavras

E apertou forte a minha mão;

Ele era um tanto estranho,

Um daqueles estranhos

dos quais fala

o velho Bukowski

em seu poema.

Até mais ver amigo Lemão