Um Mensageiro Matinal
Não à toa insisto: a "melancolia" – muito similar à noite pardacenta e sombria,
ou mais semelhante a viajar por aí afora, sozinho, destemido e sem culpabilidade aparente, nem destino
superposto ao ópio oposto à psicose, essencialmente ocasionada por ideias estranhamente obsessivas,
tomado por uma série de comportamentos incomuns e posse aparentemente anti-sociais,
sem urdir nem ocasionar antibiose, apenas comprimido pelo processo ponderado e introspectivo,
nem descontente nem contentado, apenas em severo transe cognitivo através do pensamento transiente amiúde, admito, é o maior estado de serenidade existente num indivíduo.
Mas para tal efeito e maior união entre si, creio imutavelmente na rotatividade do espírito derradeiro cujo êxito de viver equivale a reinventar os dias sob a forma de afazeres e experiências notoriamente pueris, como procurar por novas canções, porém, desconhecida,
que somente você goste de ouvir imediatamente, e que esta canção seja se possível,
tão somente conhecida pelo menor número de pessoas. Isto seja, ao pé da letra e
em paralelo mais clínico, suponho que é puro egoísmo excêntrico – muito próximo a tais experiências extraordinárias com as quais não se quer dividir o que se sente com mais ninguém. É como sou comumente!
E assim por diante qualquer hobby, por mais tolo que se pareça, vira motivo,
incluindo a existência harmônica da qual a maioria das pessoas têm buscado desde sempre;
falo da maioria que não ousa nem entretém, mas que se queixa e padece mais frequentemente.
Porque eu costumo existir quando a multidão se recolhe no seio tardio da noite,
de tal modo que eu possa interagir demasiado introspectivo, sem ser deduzido nem interrogado – à sina da surdina –, um mensageiro matinal sobre os prazeres “pueris” da vida.