Fome de Desertos

Ouves minhas cantilenas? Seus aromas de tristeza conseguem te alcançar? Tento animar a alma passarinho, mas, meu cinzel de palavras secou. Por isso, não se ouvirá mais o corpo do poema, nem as facetas da alma ou o escoar dos sentimentos em flor... Agora tenho a sede de desertos. Absorvo minhas próprias areias e o manto de secura se derrama em minhas planícies. Logo tudo será só o infinito e o silêncio... E não me verás mais. Nem ouvirás o som do meu voo de absurdos. Não mais. Enterrei-me em meus voos. Não me será mais possível voltar à tona de mim...