CORAÇÃO NO DESERTO
(Deserto lunar. Perto das estrelas e mais perto do sol.
Um paralelo entre dores físicas e dores da alma.)
Tenho sede, estou secado.
Sinto tanto calor e cansaço,
Areias dentro dos sapatos,
Meu caminhar está pesado.
E o sol. Mantém-me na luz.
Aurora que tanto me seduz.
Ao sol, estarei entre cactos.
Na cabeça, miolos fritados.
Os cabelos, tão, queimados.
Ah! água que sai do cactos,
Dedos, a espinhos, furados.
A noite em dores do gelado.
Ensaio um sufocante infarto.
Manter o sangue aquecido,
Com umas doses de vinho.
Tempo passa bem lentinho.
Enquanto tento um soninho.
Pelas dores sou absorvido.