Oração aos filhos
Não tenho ideia das coisas boas que fiz na vida,
mas lembro, claramente, dos milagres que a mim foram concedidos.
E não foi apenas um, mas dois: meus filhos.
Concebê-los e tê-los em mim para sempre – porque nesse caso o sempre não acaba –
foi e será infinitamente, adentro e afora,
as maravilhas que pude e posso contemplar constantemente.
A Deus, essa presença que me acompanha, mesmo que ainda não a entenda por completo,
sou grata ao extremo.
Logo eu, que me achava pessoa de pouca fé. Qual nada.
Todos os dias, quando adormeço e acordo,
sei que meus filhos existem, e sei, assim, que não estou sozinha
e que a Vida foi adoçada por uma força maior,
estabelecida por um amor imenso, sem proporção.
Não vou relatar as dificuldades que tais milagres renderam,
muito menos as atribulações.
Se assim o fizesse, não teria como mostrar que nada pode atrapalhar a beleza concebida em estado bruto, que vem sendo lapidada todo esse tempo.
Amar um filho é Divino; amar mais que um chama-se Perfeição.
Pegando emprestado o trecho de uma canção,
é “o mais que humano em nós”,
enaltecido pela magnitude do que não se explica, do que é Sagrado.
Hoje, para além dos parabéns antecipados desde ontem,
Só tenho uma coisa a dizer: Obrigada, meu Deus, por ter me permitido gerar meus meninos,
essas eternas crianças, que ainda engatinham diante dos meus olhos de nunca ver envelhecer.
Amém!