sonho
O caminhante faminto e cansado,
avista de longe uma frondosa e frutífera árvore
Acelera seus passos e a alcança
Ele sequer sabe o nome desta árvore
E não importa sabe-lo neste momento.
Come seu fruto e mata a sua fome
Descansa. e vai embora.
Anos depois ele sonha com esta árvore
Volta no tempo
Ele quer agradece-la, por existir
e estar à beira da estrada;
Ele quer saber tudo sobre ela.
Ela está associada a um período
muito triste de sua vida.
Assim aconteceu comigo
Comigo e Konstantino Kaváfis
De quem eu não sabia nada,
Sonhei com um poema seu que tinha lido há anos.
Lembrei-me do dia em comprei o seu livro,
do qual li apenas um poema.
Voltei a minha velha estante e lá estava ele
a minha espera
Caminhamos juntos por longas horas
E ele me falou de sua vida e me apresentou
as noites de Constantinopla
Contou-me histórias de Alexandre,
Falou sobre os cavalos de Aquiles,
de batalhas e lugares perdidos no tempo.
Sempre em um Grego clássico perfeito
Era como se falasse a minha língua.
(Descobrimos alguns livros, que parecem terem sido destinados à nós,
seus autores se tornam nossos companheiros de viagem.)