Manhã de 25 de julho de 2015

Na liberdade há muitos fetiches, mas não se prenda neles.

Olhe com tenacidade para fora desse quadrado e ultrapasse a grade. No mínimo haverá um universo que lhe agrade. Sendo si mesma, sendo simétrica; veja-se agora sua dona, faça o esforço nesse esboço de ouvir sua voz de doma soar em suor. Procurando abrir a porta certa, passa perto de ser casada eternamente com sua ex-casa, sua ex-vida, sua “se vira” tanto ouvida por ser tão nada brandamente falada. Nem isso nem aquilo nada mais valiam mais do que a sua simples e própria procura da coisa certa. Vista-se de olheira do mundo, de plantadora de sementes secretas que brotam belas árvores aos montes e de repente – não se esquecendo de citar –, que a qualquer momento, darão excelentes frutos. Ao pisar fora do quadrado (caso consiga), cuidado! A areia é bastante quente e o caminho estreito que vai dar ao mar é bem cansativo: dunas em sobe e desce, muitos vultos – mas inócuos –, haverão algumas hortas com verduras frescas – mas não coma, não perca tempo –, no mar haverá muito peixe além da mesa à beira da praia com seus pratos preferidos, suas melhores sobremesas, seus amigos e alguns fetiches que manterei segredo.

André Anlub

Tenho mente clara e aberta,

alma e aura brancas e corretas,

ninguém me desbanca.

Não importa a cor da minha casca,

sempre serei camaleão – camaleoa;

não me avalie, gosto de pessoas raras

que não existem à toa.

Se a cobiça ficar pouca, se a ganancia ficar pouca a humanidade flui.

Há duas maneiras de ser sincero: uma é espontaneamente, sem obrigação de agradar; a outra é aquela que se adequa ao que o outro quer ouvir.

Ainda mergulho de cabeça em uma paixão; mas checo a profundidade e a temperatura da água, coloco touca, tapa ouvidos, penso duas vezes e vou.

André Anlub