CALABOUÇO

Calabouço

Conta à história

Acredito na cidade histórica Diamantina,

Dos prazeres

A serventia,

Uma foto na matina do

Velho casarão da autoridade principal:

Uma delicada senhora,

De traços meigos e muita fidalguia,

Uma abordagem sutil –

--O senhor é de fora ou daqui?

-- O vi tirando fotos

E quero acrescentar alguma coisa...

Em manhã tão linda,

Um sopro fresco

De uma brisa incomum.

Nessa praça aconchegante,

Que mesmo sem se conhecerem

Todos se cumprimentam

Com um sorriso acolhedor.

-- Ora, curioso da história,

Em um cenário envolvente

Agregaria ao monumento

De secular esplendor.

--A respeitável senhora

Narra que o casarão que

Estava a documentar,

No seu interior

Existem sinais

De um calabouço

Que tinha como serventia

O túmulo dos garimpeiros

Que vinham trazer

Os seus tesouros,

Dos sonhos afortunados

Sua triste sina.

Na troca a chacina.

Nada mudou nos tempos atuais

A ganância não tem fim,

Do mensalão ao petrolão,

Sem limites

O tesouro de Patinhas,

Só ambição.

Muitos fartos

Outros morrendo

De inanição.

Já há muito esqueceram

Da solidariedade e o perdão,

Nem o calvário sensibiliza

O glutão.

Outra Maria-José

Por certo

Num mundo de indignação

Num soberbo palácio

Agregará

Contemporâneo calabouço

De propósito infame,

Cruel,

Desumano sem nexo,

Sem compaixão.

Diamantina 20/03/2015- Atalir Ávila de Souza.

Atalir Ávila
Enviado por Atalir Ávila em 22/09/2015
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