ESPERAR
ESPERAR
Verbo transitivo e regular
Simples de conjugar o difícil é praticar!
A espera substantiva toda ação da vida.
Espera nove meses nova vida alegria do lar.
O primeiro aperto de mão
O beijo roubado e tão almejado
No momento propicio para realizar.
Onze meses se espera a besta gestar.
Espera a audiência o juiz chegar
E, depois não se sabe quando a sentença prolatar.
Espera o cliente pagar.
Espera com muita angustia para as bodas celebrar.
O trem passa depois de muito esperar.
O detento espera a noite atrás das grades
O clarão e a lua passar
Na escura noite de fantasmas o dia raiar.
No ponto de ônibus o ônibus chegar.
O mundo de espera só sobrevive quem sabe esperar.
Saber filtrar as promessas de esperar
É uma sabedoria secular.
Não espere a promessa dependente
Se dela não pode dominar.
O tempo passa a promessa desfalece
Não há razão para esperar.
A morte chega fenece a vida
Nada mais tem que esperar.
O verbo se fez homem em latência sobrenatural.
O colorido amarelo das flores do ipê
No seu ciclo natural
Muitos que viram este ano talvez não o verão mais.
Coração espera o sangue venoso se transformar.
A fome não espera a morte ela consome suas reservas
Até o nutriente chegar.
O nordestino espera a chuva para plantar.
O feijão precisa de três águas,
Primeira para semear
A segunda para a colheita
E a terceira para cozinhar.
Mas, se a chuva não chega,
Tem que procurar outro destino:
O choro do menino não sabe esperar.
Não espere outra chance
Se o cavalo arreado passar
Tome as rédeas o seu caminho.
A toupeira só sobrevive
Atirando a areia para trás.
A namoradeira de Minas
Mão no queixo de olhar sonhador
Espera o patrão chegar.
O pai espera o filho formar!
O passarinho para sair do ninho
É só começar a empenar.
Esperar, esperando, esperado.
Sem ira nem cólera
Só assim sobreviverá!
Bhte. 06/02/2013 – Atalir Ávila de Souza