Manhã de 23 de junho de 2015
Vida ou vidinha ou vidão... Seja o que for não ponha sua mão cheia de imundos dedos
Anima-se, que o ânimo é quente, o ânimo é rio e o desanimo é frio, o desanimo não deve ser vigente, mas é vil gente... Vejo essa gente doente, intriguista, entreguista, manipuladora mil e baixa, que se abaixa e se encaixa, e se enjaula nas grades da sarjeta, ao alimentar-se de apontar seus dedos de meleca, de cera de ouvido, de sujinho de merda, pois limpou rápido o rabo, lavou mal as mãos para ir correndo contar a última aos idiotas de plantão. Gente que não queremos por perto, e graças aos deuses não estão, e nessa ocasião devemos comemorar, pois não somos irmãos siameses, devemos rir e cantar, e estar extremamente contentes, pois quero e gosto quando essa gente se afasta... Vou colocar o Gil na vitrola cantando “Pessoa Nefasta”. As luzes dos postes nas ruas fazem companhia uma para as outras. As poças d’água são espelhos e servem de bebedouro aos ratos que passam ligeiros (os ratos “dos dedos” tem filtro em casa). A verdade e a mentira dividem uma cerveja em um boteco distante, enquanto o silêncio e o barulho jogam a moeda para cima e decidem quem se fará presente. O banguela com Alzheimer escova os dentes ausentes com a escova do filho, enquanto o filho é adotado e tratado como filho, como criança-menino, como lacaio-escravo pelo traficante interino; que em breve tomará um tiro. Anima-se, é só mais um dia banal... A água está fria, boa para lavar a cara, enxaguar a alma; o sol está quente e derrete a manteiga, o pão está quente e derrete a manteiga; a cabeça ficou fria e a barriga agora cheia e chega de perder tempo falando de quem fala demais. Acabei entrando no jogo dele; acabei de carona no jegue dele; acabei de acabar esse texto, pois vou cuidar da minha vida... Excepcionalmente da minha vida, vidinha ou vidão.
André Anlub