Amadureci e não caí, mas voei

Lembro-me de quando estava no auge de minha imaturidade emocional, onde eu era um elenco inteiro de novela mexicana e os telespectadores deixavam de me assistir por qualquer outra programação da "TV da vida real" ou do próprio aparelho eletrônico mesmo. Isso porque eu era a pior novela para se assistir. As metáforas não param por aí. Uma outra bem conhecida serve também: manteiga derretida. Nesta última, há uma pequena cotradição: eu não costumava chorar por qualquer coisa. Eu apenas era muito sensível...

Hoje ainda sou sensível, mas amadureci um bocado o meu emocional. Hoje em dia a manteiga não derrete tão fácil e a novela mexicana se transformou em filme de ação, romance, comédia, qualquer outro gênero que não de drama. Este último eu só incorporo por vezes, visto que antes era uma constante, onde eu me alternava entre a novela e a trama.

Hoje em dia é mais fácil me achar rindo e sorrindo do que me achar remoendo algo, declamando desgraças. Os ventos sopraram a meu favor e eu voei pra uma boa distância e apesar de ainda não ter encontrado meu lugar, pelo menos saí de onde não deveria e nem deve nunca ser nem o meu e nem o lugar de ninguém. Mas, isso não é meu papel, não sou eu quem vai resolver as questões alheias. Um dia todos voam. Seja pra uma direção melhor, como aconteceu comigo, seja para uma pior. Mas que voam, voam.

Entre voos e pousos, estou na pausa pra um café. Logo tem outro e o roteiro ainda não me foi anunciado. E nem será. Só voo e vou.

Daniel Matos
Enviado por Daniel Matos em 17/09/2015
Reeditado em 27/10/2015
Código do texto: T5385194
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