Poesia em prato
Poesia em prato.
O poeta pediu uma poesia de prato,
era barato,
enchia a barriga,
e pra viajem sobraria.
O poeta levou a poesia embalada,
enquanto caminhava
procurava um ato
pra levar a poesia de prato
até o senhor da esquina.
Aquele,cheirava a sapato importado,
com um charuto arrogante,
e olhar afastado.
O poeta seguiu até ele,
com uma humilde intenção
estendeu suas mãos,
com a poesia embalada,
esperando que fosse gratificada.
O senhor do sapato,
com desprezo exportado,
mal o olhou,
disse que de poesia ele não vivia,
os versos não compram seus charutos
e muito menos o ar que respira.
Que estava atrasado para a reunião com a consultoria.
Com simplicidade,disse o poeta:
-Mal sabe o senhor,do sapato importado,
que suas palavras,quando faladas,
pedem licença pra poesia.
Seu dinheiro consultado,calculado,
não lhe alimenta como este prato alimentou minha barriga.
A arrogância lhe cega,
poluindo todo o ar que tu respira!
E lá se foi o poeta,
procurando uma barriga vazia,
que receberia muito bem
a humilde poesia!